O casarão que acolhe o restaurante serve de palco das histórias da família da chef Ana Bueno há três gerações: é paratiense a valer. Das janelas, vê-se a alma da casa, a cozinha, maturada por uma equipe aplicada à cultura local e servil às técnicas mais bacanas para revelar aromas, texturas e cores na medida.
Sob seu comando, as velhas e deliciosas receitas da culinária paratiense foram aos poucos ganhando novas leituras. Ganharam sofisticação e leveza, temperos inusitados, delicadas composições, combinações surpreendentes.
Do salão, avista-se sem esforço a boqueta. Dali partem preparações lindas e cheirosas – difícil não se aprumar na cadeira para já provar com os olhos o que chegará à mesa. O clima intimista, familiar, provoca à prosa mais longa. Entre os objetos pessoais embriagados de memória, notam-se os quadros de artistas locais, como Júlio Paraty, Márcio Franco, Sérgio Atilano e Fernando Fernandes.
Na parede descascada, perto da adega, o sinal de fuligem denuncia que um fogão à lenha chegou a funcionar por ali, quando o casarão era residência do famoso Dadó, personagem marcante da cidade…
Sugerindo leveza e frescor à extensão do bar, um jardim vertical, rico em espécies da Mata Atlântica, planejado por Ana, marca a passagem para o salão mais reservado da casa, área das mesas redondas atadoras de nós.
Entre os móveis, tamboretes, bancos, aparadores e armários generosos, daqueles com jeitão de boas-vindas.
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