Quando a gente cozinha, aprende de tudo um pouco. Sobre sabor. Sobre saber. Sobre conviver. Da matemática, física, química, biologia, história. Percorre a geografia dos ingredientes, o território da memória, entende os cheiros e os sons da criatividade. Ah, quantos verbos se conjuga em línguas trocadas pelos continentes! Mas não há receita para fazer escola. Há mãos. Há horta a muitas mãos. Há padrinhos e madrinhas para toda a obra.
Desde 2014, mais de 5 mil alunos e 70 merendeiras das 34 escolas municipais (dados de 2019), de uma ponta a outra do município de Paraty, já se beneficiam deste projeto, que reverbera naquela região.
Com um cardápio de cinco semanas, o programa se destaca pela inclusão de produtos da agricultura familiar, com um custo per capita justo e bem gerido, enriquecido pela garantia de ganho nutricional.
A proposta envolve voluntários, os “padrinhos e madrinhas”. Professores, coordenadores e diretores participam de ações que desenvolvem a percepção acerca de aspectos da cultura alimentar da região – da relação sazonal e local do produtor com a terra à introdução de herbários orgânicos pelas próprias crianças.
Entre outras iniciativas, há a conscientização sobre o não desperdício e o aproveitamento integral de alimentos e materiais. Também se estimula o protagonismo comunicacional – alunos de 9 a 16 anos participam da produção do Jornal de Comer, um informativo impresso produzido durante o ano todo e distribuído fartamente na cidade, durante os dias da Folia Gastronômica.
Ana ressalta que um diferencial da Escola de Comer é a participação voluntária, “a maioria deles chefs de cozinha que adotam uma escola e fazem visitas semanais, para auxiliar as merendeiras a entender e aplicar as mudanças propostas no cardápio. Nesse processo, a gente acaba aliando e alinhando saúde, educação alimentar, cultura, meio ambiente, gastronomia, solidariedade e bem comum”. Multidisciplinar, como a gastronomia, a Escola de Comer educa pelo gosto. Participe! Saiba mais: http://escoladecomer.com.br
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